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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Em visita à Chery, ministro pede que montadora acolha demitidos da GM


09/01/2014 17h30 - Atualizado em 09/01/2014 17h40

Em visita à Chery, ministro pede que montadora acolha demitidos da GM

Ministro Manoel Dias (à esquerda) durante encontro com executivos da Chery em Jacareí nesta quarta-feira (8). (Foto: Renato Alves/Divulgação)Manoel Dias, do Trabalho, visitou obra da empresa chinesa em Jacareí, SP.
Sindicato quer reverter cortes na unidade da GM em São José dos Campos.

Márcio Rodrigues Do G1
Ministro Manoel Dias (à esquerda) durante encontro com executivos da Chery em Jacareí nesta quarta-feira (8). (Foto: Renato Alves/Divulgação)
Em meio ao impasse das demissões de trabalhadores da General Motors, em São José dos Campos (SP), o ministro do Trabalho discutiu com o presidente da Chery a possibilidade da montadora chinesa contratar parte dos operários desligados da GM na fábrica que está erguendo na cidade vizinha de Jacareí, também no Vale do Paraíba. A conversa ocorreu durante visita de Manoel Dias realizada nas obras da empresa nesta quarta-feira (8).

Segundo nota do Ministério do Trabalho, o ministro disse que a sugestão foi bem recebida pelos executivos da empresa e que o vice-presidente da Chery, Luiz Cury, afirmou 'que a empresa está aberta para receber os curriculuns e analisá-los'. Em janeiro do ano passado, quando 598 trabalhadores foram demitidos pela GM, a montadora chinesa já sinalizava que daria preferência aos trabalhadores que saíram da empresa norte-americana.

A unidade de Jacareí, primeira da Chery fora da China, deve iniciar as operações em agosto deste ano e produzir cerca de 150 mil veículos até 2017. O primeiro carro fabricado no Brasil será o Celer. O QQ, automóvel com preço mais baixo do país, continuará sendo importado do Uruguai e China, por enquanto.

Atualmente, a fábrica conta com 400 empregados, sendo 300 deles, terceirizados. A previsão é que a unidade gere cerca de 800 postos de trabalho quando iniciar as atividades, número que pode chegar a 3 mil quando a empresa chegar ao nível máximo de produção. A empresa também está investindo cerca de R$ 295 milhões em uma fábrica de motores, às margens da rodovia Dom Pedro I.
Sindicato quer rever demissões
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos discordou da postura do ministro durante a visita a Jacareí. Segundo o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o 'Macapá', o governo federal deve se concentrar em ajudar na reversão das demissões na GM e não na recolocação dos eventuais demitidos.
"Não concordamos com essa posição. Estivemos reunidos na segunda-feira (6), em Brasília, com o ministro e mostramos que com todos os incentivos dados pelo governo a GM, ela não poderia demitir os trabalhadores como fez. O que estamos discutindo é a manutenção de empregos dos trabalhadores da GM e não da recolocação deles no mercado. E outra coisa, o governo não deve pensar só nos trabalhadores da GM, mas sim em gerar emprego em todos os setores, com qualidade e renda", afirmou, por telefone, ao G1.

Ainda de acordo com Macapá, durante o período de layoff [licença remunerada] dos trabalhadores da GM no ano passado, currículos foram entregues à Chery e que só esse número de operários já é superior aos que a empresa teria que contratar para o início das atividades na planta de Jacareí.

Sobre as declarações do sindicato, o Ministério do Trabalho e Emprego informou ao G1 por meio de nota que 'o ministro Manoel Dias reitera que continua buscando o diálogo e um entendimento com todos os setores envolvidos: trabalhadores, empregadores e governo'.
Metalúrgicos durante passeata rumo à sede do
governo nesta quarta. (Foto: Renato Ferezim/G1)
Assembleia sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos - GM - 2 (Foto: Renato Ferezim/G1)Impasse na GM
Desde janeiro do ano passado, Sindicato dos Metalúrgicos e General Motors vêm travando uma série de discussões sobre o fechamento do setor Montagem de Veículos Automores (MVA) na planta de São José dos Campos. De acordo com o diretor de relações institucionais da GM, Luiz Moan, 1.053 trabalhadores foram desligados da unidade em 2013. O último corte ocorreu no fim do ano passado, quando cerca de 450 operários foram demitidos.
A empresa diz que cumpriu o acordo firmado entre as partes em 28 de janeiro, que previa o fechamento do MVA, mas o sindicato constesta essa afirmação. Uma reunião nesta sexta-feira (10), em São Paulo, deve discutir as demissões ocorridas na montadora e uma audiência está marcada para o Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas, no dia 14 de janeiro. O Sindicato dos Metalúrgicos protocolou uma ação no setor de dissídios, contra os desligamentos.
Nesta quinta-feira (9), a Prefeitura de São José dos Campos informou que se reuniu com a General Motors pedindo que a empresa reveja casos de demissões que seriam equivocadas, como a dispensa de funcionários com estabilidade. A administração municipal teria pedido ainda à montadora para garantir o investimento de R$ 2,5 bilhões na cidade e em contrapartida vai oferecer incentivos no IPTU e implantação de um distrito industrial voltado para empresas fornecedoras montadora. A prefeitura informou ainda que vai oferecer isenção do IPTU para os demitidos e cursos de requalificação profissional.
O diretor de relações institucionais da GM, Luiz Moan, disse que a empresa vai rever possíveis demissões de funcionários que teriam estabilidade, mas é preciso comprovar se existe algum caso. Sobre os novos investimentos, a GM ainda não definiu o local.

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